domingo, 21 de setembro de 2014

Criação da APA do Boto Cinza



Conforme li no portal da Prefeitura na internet, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca de Mangaratiba está convocando a população para participar no dia 23/10/2014 de uma Audiência Pública sobre a criação e implementação da Área de Proteção Ambiental (APA) Marinha Boto Cinza. O encontro com a sociedade está previsto para acontecer das nove ao meio dia no Centro Cultural Cary Cavalcanti, região central da cidade.

De acordo com a secretária da pasta Natacha Kede, essa APA tem por objetivo "ordenar e melhor gerir grande parte da área marinha do município, além de possibilitar a redução de conflitos e compatibilizar a conservação ambiental com correta utilização dos recursos naturais". Com isso, espera-se que a nova unidade de conservação venha a compreender uma área de cerca de 24 mil hectares, indo desde a Restinga da Marambaia até as proximidades da Ilha Guaíba.

Independente das divergências políticas, ideológicas e partidárias existentes entre as pessoas em nossa Mangaratiba, penso que devemos apoiar a iniciativa, conhecendo melhor a proposta e dando contribuições sugestivas. Nosso município carece de mais espaços protegidos sendo que estes, uma vez criados, precisam também ser melhor geridos afim de preservarem eficientemente os ecossistemas nativos juntos com as respectivas espécies. Daí ser necessário que o Poder Público seja mais atuante na fiscalização dentro das unidades de conservação e no entorno destas, fazendo coisas como combater a pesca predatória, frear a especulação imobiliária e ter pulso firme contra aqueles empreendimentos econômicos irreversivelmente danosos para a natureza. Isto porque, como bem sabemos, um animal silvestre não fica confinado apenas dentro de uma APA, parque ou reserva, pois ele se locomove tanto dentro quanto fora do local e sofre os terríveis efeitos das ações humanas.

Além de proteger melhor o cetáceo e parte de seu meio aquático, desejo que a futura APA se torne uma escola viva de educação ambiental. Através de brilhantes iniciativas como a do projeto De Olho no Boto do Instituto Boto Cinza (IBC), acredito no grande potencial do turismo de observação, o qual será capaz de instruir moradores e turistas na mesma proporção em que gerará renda para famílias de pescadores aqui em Mangaratiba.

Portanto, vale a pena acompanharmos de perto esses trabalhos do órgão ambiental da Prefeitura e nos esforçarmos para participar da audiência pública marcada para o próximo mês.

Viva o boto cinza!


OBS: Imagem acima referente ao informativo da audiência pública.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Políticas públicas para formar cuidadores de idosos




Segunda-feira (15/09), quando estive na recepção do setor de farmácia da Prefeitura afim de saber informações sobre o injustificável atraso na medicação de minha esposa, li um cartaz falando sobre um curso de cuidadores de idosos num endereço situado na Estrada de São João Marcos. Verifiquei que, embora prestado por uma voluntária da Cruz Vermelha, eis que estava sendo cobrada de cada participante uma taxa única de R$ 200,00 (duzentos reais).

De modo algum posso dizer que o preço das aulas estaria custando caro tendo em vista que, em São Paulo, a Cruz Vermelha presta o serviço pelo valor de R$ 750,00 (setecentos e cinquenta reais) com uma carga horária de 100 horas. Porém, o fato é que para um município pobre como o nosso e com graves problemas de mobilidade urbana, o curso ainda não é acessível para a maior parte dos habitantes de Mangaratiba.

É inegável o envelhecimento da população brasileira, o que é acompanhado também pela nossa realidade local agravada pela migração dos mais jovens para os grandes centros urbanos em busca de oportunidade de trabalho. Com isso, apenas aumenta a necessidade de se capacitar familiares e profissionais para prestar uma melhor assistência ao idoso, seja este saudável e doente, conforme os princípios da Gerontologia e da Geriatria.

Ora, certamente não podemos obrigar que a Cruz Vermelha, mesmo não tendo fins lucrativos, passe a oferecer cursos gratuitos aqui em Mangaratiba. Entretanto, o Poder Público precisa estar atento às demandas que vão surgindo no meio social afim de elaborar políticas que busquem melhorar a qualidade de vida na terceira idade bem como prestar uma assistência adequada aos familiares. E tal papel cabe também aos municípios juntamente com os demais entes estatais.

A meu ver, cursos como esses tanto criam novas oportunidades de trabalho quanto ajudam a humanizar a nossa sociedade no trato com o idoso formando nas relações pessoais a chamada cultura do cuidado. Pois nem sempre conhecemos quais as principais alterações orgânicas e doenças que acometem os idosos. O mesmo pode ser dito igualmente no tocante ao processo de envelhecimento e suas particularidades, como agir diante dos casos de violência contra o cidadão idoso, que direitos estão previstos na Lei Federal n.º 10.741/2003, quais as atividades ocupacionais direcionadas a esse público, dieta nutricional adequada, etc.

Portanto, sugiro que a Prefeitura estude soluções a respeito da questão em comento e invista em cursos profissionalizantes de cuidadores de idosos, mas que sejam abertos também aos familiares destes. Talvez o próprio Cecap de Muriqui, situado na Avenida das Nações Unidas, poderia ser um dos locais de capacitação dos interessados aqui no nosso município. Afinal, vale a pena proporcionarmos mais dignidade e qualidade de vida às gerações que um dia já cuidaram da nossa. 


OBS: Ilustração acima extraído do portal da Prefeitura Municipal de Tapiratiba (SP), conforme consta em http://www.tapiratiba.sp.gov.br/novo_site/index.php?exibir=noticias&ID=430

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

A licença do INEA sobre cais de Muriqui precisa ser anulada!




Em 09/12/2013, utilizando-me dos servidos da Ouvidoria do Ministério Público, formalizei a denúncia ambiental de n.º 261763 sobre a danosa construção do "Cais Turístico de Muriqui", o qual, na ocasião, estava sendo anunciado por intermédio de placas pela orla marítima do Distrito. Esta minha comunicação foi encaminhada à 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Angra dos Reis, sendo que também editei aqui a postagem A localização do cais de Muriqui, dia 08/12.

Ainda em dezembro do ano passado, abri um processo administrativo na Prefeitura de Mangaratiba requerendo informações sobre absurdo esse projeto, o qual ficou registrado sob o n.º 13534/13, mas não fui satisfatoriamente atendido dentro do prazo esperado. E isto me despertou fortes suspeitas contra o Poder Público, pelo que, no mês de janeiro do corrente ano, cheguei a ajuizar a ação popular de n.º 0000002-84.2014.8.19.0030 em face do Município e do Estado, pretendendo anular o suposto ato que teria determinado a construção desse cais.

Em sua defesa na ação, a Prefeitura alegou não haver nenhum ato administrativo nesse sentido. No entanto, ao acessar hoje o site da Prefeitura, tendo localizado uma matéria publicada dia 01º/09, deparei-me com a notícia de que o INEA concedeu a licença ambiental para a construção do Cais Turístico de Muriqui (código Inea UN037986/33.22.45) e que aprovou a localização e a implantação do píer, atracadouro e apoio náutico na praia do distrito. Também diz a reportagem oficial que, de acordo com o prefeito Evandro Capixaba, "as obras devem começar até dezembro", fato que me causa fortes preocupações.

Acontece que a construção de um cais, mesmo com fins turísticos, no local indicado pelo Poder Público (praticamente no meio da praia de Muriqui), tem o enorme potencial de causar um dano ambiental de difícil reversibilidade. Essa lesividade se caracteriza pela afetação da paisagem, da estética, da balneabilidade e da qualidade da água do mar, além de agredir outros valores relacionados à economia, induzir uma queda no preço dos imóveis e até mesmo prejudicar o turismo no nosso 4º Distrito. Isto porque o uso da praia é o principal atrativo da localidade.

Sabe-se que a água em condições de balneabilidade é um dos principais atrativos para o turismo assim como a paisagem cênica, a segurança, os eventos festivos, a natureza e o clima, entre outras variáveis. Pois enquanto uma praia for considerada balneável aos olhos de seu frequentador, continuaremos recebendo visitantes no 4º Distrito, mesmo que a baía de Sepetiba hoje esteja com um certo grau de poluição.

Não podemos nos esquecer dos danos ambientais que, nesses anos recentes, foram causados à Ilha da Madeira, Coroa Grande, Itacuruçá e uma parte da Ilha de Guaíba. É preciso preservar a visibilidade e a harmonização com a bela paisagem cênica existente no distrito, assim como nenhum projeto de "cais turístico" pode causar restrições de espaço à curta extensão de areia da praia de Muriqui que possui apenas 1,1 quilômetro sendo que, quando a maré sobe, muitos banhistas acabam tendo que subir no calçadão.

Conforme uma notícia constante no blog do Instituto Boto Cinza, eis que os golfinhos podem desaparecer das águas da nossa baía de Sepetiba. E, numa matéria divulgada na mídia dia 16/01, o estudioso do assunto Sr. Brito Junior disse que, juntamente com a poluição, “a construção desmedida de empreendimentos na costa não respeita a fauna e a flora local”, criticando também que:

“A todo momento licenciam novas obras, constroem-se mais piers de atracamento, se intensificam as dragagens...”

Portanto, além de afetar o visual da praia de Muriqui e prejudicar a balneabilidade, deve-se levar em conta que a construção de um cais no local também contribui para prejudicar o ecossistema marinho. Sendo assim, entendo que a licença concedida pelo INEA pode muito bem ser anulada por meio de algumas vias processuais cabíveis e a sociedade mangaratibense precisa estar ciente dessa grave ameaça que ronda o nosso 4º Distrito. Logo, essa bombástica notícia deve servir de motivo para nos mobilizarmos, procurarmos os órgãos públicos de defesa ambiental, falar com Ministério Público, ajuizar novas ações populares, chamar a imprensa, promover debates, audiências públicas, etc.

Vamos dizer NÃO ao Cais de Muriqui!


OBS: A imagem acima refere-se ao prefeito Evandro Capixaba exibindo a licença ambiental do INEA, conforme extraído do site da Prefeitura em http://www.mangaratiba.rj.gov.br/portal/noticias/cais-licenca-ambiental.html

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Os cursos de capacitação de catadores em Mangaratiba



Nos finais de semana ensolarados, enquanto muitos se divertem nas praias, encontro também pessoas que buscam sobreviver recolhendo o lixo indevidamente descartado pela orla do município. Tratam-se dos catadores de material reciclável e que são os principais agentes da coleta seletiva em nossa amada Mangaratiba.

Tais trabalhadores, embora ainda vistos por muitos de nós como indigentes, possuem grande importância na preservação do meio ambiente sendo que, graças a eles, a Prefeitura pode também economizar com os serviços de limpeza urbana e de aterramento do lixo. Sem os catadores, as latinhas de cerveja, de refrigerante, de suco e as garrafas de PET seriam misturadas ao lixo comum, ou então esquecidas na natureza.

Pensando no bem estar social desses honrados cidadãos, afim de organizá-los em futuras cooperativas locais, considero fundamental que se ofereça cursos de capacitação em todos os distritos. E defendo também que a Administração local não só mantenha como aprofunde a sua parceria com a COPPE da UFRJ já que esta universidade dispõe de um referenciado trabalho de incubadora de cooperativas populares.

Por ser um município com graves problemas de mobilidade urbana, entendo necessário que o Poder Público vá até onde estão os catadores, não podendo ser o curso ministrado apenas no distrito sede. Pois dessa maneira um público maior seria alcançado.

Reconhecendo a grande importância que os catadores têm para o nosso desenvolvimento sustentável, penso que a Prefeitura deveria distribuir incondicionalmente a todos trabalhadores cadastrados kits de proteção individual contendo luvas, máscaras, botas, óculos, aventais, capas de chuva, calças e camisas. Estas levariam o nome da cidade estampado mais a informação de agente ambiental, o que valorizaria o serviço deles.

Agindo assim, acredito que Mangaratiba estará resgatando pessoas da marginalidade dando a elas uma boa dose de dignidade. E uma vez que boa parte dos catadores estiverem capacitados e com suas cooperativas já montadas, vários outros projetos relacionados à reciclagem de resíduos sólidos poderão ser desenvolvidos, promovendo mais inclusão sócio-econômica na região. Algo que tem também grande potencial de se tornar uma interessante atração turística na cidade e ainda colaborar com as atividades voltadas para a educação ambiental dos estudantes nas escolas públicas.

Enfim, essas são as minhas sugestões para que a Prefeitura dê prosseguimento ao trabalho que iniciou na cidade através da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da COPPE-UFRJ porque se trata de uma iniciativa que vai requerer continuidade, ampliação e aprofundamento.


OBS: A ilustração acima refere-se ao curso de capacitação para catadores de Mangaratiba conforme noticiado no site da Prefeitura em 18/07/2014.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Ajude a fiscalizar a propaganda eleitoral!




Estamos já em setembro e este promete ser um mês bem quente por causa das eleições.

Sem dúvida, trata-se de um momento em que a campanha eleitoral dos candidatos se intensifica nas ruas e na internet. É quando muitos fazem uso abusivo de amplificadores e de carros de som, afixam cartazes, faixas e emporcalham as ruas com seus "santinhos", assediando o cidadão por todos os lados.

Não tenho nada contra as eleições, o que para mim é uma grande festa da democracia. Porém, toda festa tem os seus limites! Pois tem hora para começar e para acabar. Tem que respeitar os direitos de terceiros que não querem se envolver com o evento, visto que se sentem incomodados ou não têm interesse. E, como se cuida de uma disputa pelo poder político, é preciso impedir que um concorrente prejudique o outro.

Minha sugestão, amigos, é que o cidadão mangaratibense conheça mais sobre o que pode e o que não pode ser feito numa campanha eleitoral afim de que ajudemos na fiscalização dos candidatos. Para tanto, sugiro aos interessados que leiam uma cartilha informativa no portal do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ).

Outra sugestão, amigos, é que denunciemos as irregularidades pelo telefone (21) 2253-1177 ou através de um formulário virtual de ocorrências disponível no próprio site do TRE-RJ:


De acordo com os mecanismo da página, é possível não apenas descrever o fato como também anexar arquivo de fotos, o que ajuda imensamente os fiscais da Justiça Eleitoral. E, além disso, o seu sigilo é preservado! Ou seja, ninguém ficará sabendo que você fez a denúncia.

Portanto, vamos ficar atentos. Quer participemos ou não da política, lutemos por eleições limpas aqui no nosso município, exigindo dos candidatos uma postura ética e uma atuação eficiente dos fiscais.

Um ótimo final de semana a todos!


OBS: Ilustração acima referente à capa da cartilha da Justiça Eleitoral conforme consta em http://www.tre-rj.gov.br/site/jsp/download_arquivo.jsp?id=84868