quarta-feira, 24 de julho de 2013

Por uma política pública eficiente de proteção animal em Mangaratiba



Logo que vim morar na cidade, no segundo semestre de 2012, deparei-me com a proposta de criação de um canil municipal divulgada tanto no ambiente urbano como na internet. Até adesivos colados em carros eu vi. E não demorei para reparar que, de fato, existem muitos cães de rua abandonados em Mangaratiba.

Antes de escrever qualquer coisa, quero dizer que não sou contra à ideia em seu conteúdo, mas é preciso sempre lembrar que apenas termos um canil, por si só, não irá satisfazer as demandas de saúde, proteção, defesa e bem-estar animal no município. A construção de um espaço de alojamento, melhor dizendo assim, deve ser precedida de uma política pública eficiente ou do contrário iremos enxugar gelo.

No trato dessas questões, deve-se buscar também um controle reprodutivo de animais e a educação do munícipe para que este exerça uma guarda responsável. Através de uma unidade móvel, devidamente adaptada com um bloco cirúrgico, a Prefeitura pode vir a ter uma clínica itinerante para a esterilização de cães e de gatos, o que melhor atenderia as demandas de todos os distritos ao invés de disponibilizar o serviço num local fixo e centralizado. Pois dificilmente famílias com vulnerabilidades sociais vão ter condições de levar os seus animais de estimação até um veterinário pagando por serviços que não se enquadram nas prioridades domésticas dos mais humildes.

Desenvolver atividades de educação ambiental, tanto nas escolas como através debates voltados para o público adulto, seria outra prática importante para se prevenir o aumento na população dos animais domésticos e também combater o abandono. Em cada sede de distrito, deve ser dado anualmente um seminário com palestras que seriam previamente divulgadas. Embora seja uma temática que possa entrar na pauta da próxima Semana do Meio Ambiente, prefiro que se faça um trabalho mais independente e específico para termos um maior alcance.

Evidentemente que também será necessária a estruturação de um órgão para combater os maus tratos aos animais recebendo permanentes denúncias dos cidadãos. Em conjunto com os polícias, ONGs e o Ministério Público, a Prefeitura poderia atuar de maneira surpreendente averiguando cada caso noticiado. Periodicamente, seria feito então uma blitz educativa com o apoio de funcionários da Guarda Municipal.

Uma vez que um trabalho sério já estivesse bem estruturado, aí sim valeria a pena ter um espaço para o alojamento provisório de cães e de gatos afim de ressocializá-los por meio de feiras da adoção, algo que pode ser facilitado também pelo turismo em épocas de temporada. Entendo que cães e gatos abandonados precisam é de um novo lar. Após serem tratados, alimentados, vacinados, castrados e microchipados, os cães retirados das ruas seriam oferecidos a famílias de Mangaratiba, ou de outro município, que se comprometeria em cuidar do animal.

Finalmente, tendo em vista a oportunidade de sermos quase que vizinhos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), situada em Seropédica, sugiro que a Prefeitura busque convênios com o curso de Medicina Veterinária da referida instituição de ensino. Penso que agir de maneira técnica sempre será a melhor maneira para buscar garantir o sucesso do trabalho que, se for desenvolvido com seriedade, poderá contar com a colaboração de muitos mangaratibenses e moradores daqui, tornando-se uma oportunidade ocupacional fantástica para quem se interessa por animais.


OBS: Ilustração encontrada no site da organização não-governamental OBA-Floripa da capital de Santa Catarina que é um dos municípios mais exemplares nas políticas de defesa e de trato dos animais.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Um circuito turístico eco-rural para a Serra do Piloto



O turismo rural é uma atividade econômica diferenciada que tem por objetivo mostrar a vida simples da roça e garantir a sobrevivência do homem no campo, promovendo um processo inverso ao do êxodo rural. Funciona como um complemento da atividade turística podendo ser mais um produto que Mangaratiba viria a oferecer aos visitantes, sem deixar de ser uma opção de lazer e de entretenimento para a população local.

Observando as características geográficas, históricas e sociais da nossa belíssima Serra do Piloto, vejo que a ideia tem tudo a ver com a região. Com um pouco de espírito empreendedor, cooperativismo e apoio do Poder Público, penso que o nosso Município tem condições de oferece aos visitantes áreas de lazer, pousadas, pesque-pague, passeios por trilhas ecológicas, restaurantes com comida típica, arvorismo, haras e criação de diversos animais de fazenda. Nos fins de semana, poderia ser realizada uma feirinha para comercializar produtos da terra como geleias, doces, banana-passa, biscoitos caseiros, queijos, artesanato, licores e pimentas.

Atualmente, o turismo eco-rural no interior fluminense é algo que vem crescendo a cada dia, com o apoio dos empresários locais e do SEBRAE. Com o apoio desta entidade, existem vários roteiros já formatados dentre os quais pode-se mencionar: Caminhos do Brejal (Petrópolis); Terê-Fri (Teresópolis-Nova Friburgo); Ponte Branca e Lumiar e São Pedro da Serra (Nova Friburgo) e Serra do Sambê (Rio Bonito). Eu mesmo, durante o tempo em que morei na cidade de Nova Friburgo, cheguei a conhecer pessoalmente o Circuito da Ponte Branca, o qual, por sua vez, foi inspirado na região da Alsácia francesa por iniciativa de um empreendedor casal de proprietários rurais. Graças ao conhecimento que buscaram fora do país, o local passou a dispor de trilhas para caminhadas com placas indicativas dentro de padrões internacionais onde que o turista é instigado a visitar cada um dos sítios abertos ao público, sendo informado sobre o tempo necessário para alcançar cada uma das atrações.

Considero fundamental fomentar essa atividade também aqui em Mangaratiba como um meio importante para a geração de trabalho e renda e para o desenvolvimento econômico regional. Atualmente as pessoas estão buscando o descanso físico e mental e nada melhor do que fazê-lo numa região capaz de oferecer todos os prazeres da vida saudável em contato íntimo com a natureza. Com inúmeras atrações a serem potencializadas, o nosso 5º Distrito tem chances alcançar um desenvolvimento turístico com altíssima qualidade e que não ficaria nada a dever para os municípios da Região Serrana fluminense. Basta querermos.


OBS: Foto de um passeio feito no Circuito Eco-Rural de Rio das Ostras, outra cidade que vem desenvolvendo essa modalidade de turismo, conforme noticiado pela Prefeitura de lá.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Os pontos de observação das belezas cênicas de Mangaratiba



Dias atrás, eu estava acessando o blogue do vereador Charlies (PSB) e deixei a seguinte sugestão através dos comentários a uma de suas postagens:

"Tendo em vista a nossa vocação turística, penso que seria importante termos mirantes na RJ-14, nos pontos de melhor visibilidade paisagística. Eu citaria como exemplo os trechos mais atos da estrada entre Muriqui e Itacuruçá. Pois são pequenos detalhes assim que vão dando um diferencial significativo para Mangaratiba e potencializando as nossas atrações locais." (meus comentários ao artigo Agradecimento em nosso Maio)

Será que daqui alguns anos a especulação imobiliária terá tomado essas importantes parcelas do espaço geográfico como já vem acontecendo?!

A meu ver, temos subaproveitado o incrível potencial turístico de Mangaratiba. É o que acontece, por exemplo, com a falta de cuidados com os pontos de observação paisagística.

Minha sugestão seria a ocupação desses locais estratégicos nas rodovias através de um plano de desenvolvimento do município que valorize nossas belezas naturais e demais atrativos da região. O Poder Público construiria uma estrutura básica para o visitante estacionar o seu carro num local apropriado e incentivaria também os empresários para prestarem serviços de qualidade através de lanchonetes, restaurantes, lojas de souvenir, etc.

Certamente que as pessoas querem combinar o desejo de observação da natureza com o prazer da convivência humana e de degustar um delicioso petisco. Penso que, no caso da Rio-Santos, seja até mais fácil atrair negócios. Porém, também vejo viabilidade na RJ-14 e na Estrada de São João Marcos que é a RJ-149. Principalmente nos finais de semana, feriados e temporadas de férias. Ano passado, salvo engano em novembro, quando caminhei a pé da Serra do Piloto até à Praia do Saco, observei motoristas parando seus veículos para tirarem fotos dali. E posso dizer que, no trecho da RJ-14, entre Muriqui e Itacuruçá, também já vi gente fotografando a paisagem.

Talvez esteja faltando ao município adquirir uma nova mentalidade que seja mais empreendedora e interessada pelas questões do turismo, o qual é uma indústria sem chaminés. Muitas das vezes nem precisamos de investimentos tão caros pois basta prestarmos a atenção em alguns detalhes que fazem notável diferença.


OBS: Foto de visitantes no lindo mirante da Estrada de São João Marcos levados no passeio cultural da Fundação Mário Peixoto, conforme notícia do site da Prefeitura Municipal de Mangaratiba em 19/10/2012 e atualizada em 25/03/2013.

terça-feira, 2 de julho de 2013

O transporte aquaviário em Mangaratiba



Em 14/06, eu havia compartilhado aqui sobre as dificuldades de acesso à Ilha de Jaguanum e, no final do mês passado, tivemos protestos em Mangaratiba contra o absurdo preço dos transportes urbanos e intermunicipais.

Sinceramente, vejo que, devido à sua geografia e história, o nosso município precisa voltar-se para outras modalidades de transportes como o aquaviário e o ferroviário, integrando-os com o rodoviário.

No caso dos transportes aquaviários, estes seriam uma possibilidade ímpar do Poder Público oferecer ao mangaratibense um novo modal de transporte que desafogaria os outros, evitando a superlotação de ônibus e vans, bem com promovendo o turismo na nossa bela região.

Minha sugestão é que o Poder Executivo Municipal realize estudos de viabilidade com vistas à instalação de linhas aquaviárias que conectem localidades litorâneas de Mangaratiba, visando o transporte de passageiros e também de carga. No prazo de um ano, a Prefeitura faria a sua normatização e exploraria diretamente por meio de empresa municipal. Nada de delegar à iniciativa privada.


OBS: Foto de uma das barcas que fazem o transporte de passageiros para a Ilha Grande. Foi extraída do site da Agência Brasil com atribuição de autoria a Tânia Rego.