quinta-feira, 6 de junho de 2013

Como resolver as dificuldades para doação de sangue no município?



Para o morador de Mangaratiba poder doar sangue é a maior dificuldade. Mesmo se for no distrito sede onde está localizado o Hospital Municipal Victor de Souza Breves (HMVSB) visto não haver ali um ponto fixo de coleta.

Em 29/04 deste ano, o próprio site da Prefeitura na internet noticiou que a Secretaria de Saúde iria iniciar uma ação para mobilizar doadores na cidade afim de que estes fossem transportados até o Hemonúcleo Costa Verde que fica quilômetros de distância daqui, em Angra dos Reis:

"(...) De acordo com o subsecretário de saúde de Mangaratiba, Sérgio Garrido, será feito um cadastro com os interessados em doar sangue. Em seguida, após reunir 15 pessoas por vez, será marcada uma data e um ônibus levará os doadores até Angra para o procedimento (...) Os interessados em doar sangue devem preencher uma ficha nos postos de saúde dos distritos de Muriqui, Itacuruçá, Conceição de Jacareí e Serra do Piloto. A ficha também poderá ser preenchida no HMVSB. A secretaria de Saúde de Mangaratiba disponibiliza ainda o cadastro pelo telefone 2789-6040, ramal 384 (...)"

Sinceramente, embora não seja isto o que eu deseje, acho muito difícil uma ação dessas dar certo porque a maioria das pessoas em condições de doar sangue não têm tanta disponibilidade de tempo para viajarem até município vizinho e perderem uma boa parte do dia. Até mesmo para fazer o cadastro de doadores e conseguir 15 voluntários no varejo, a Secretaria Municipal de Saúde tem sérias deficiências. Na data de hoje, liguei por duas vezes para o mencionado telefone e ninguém atendeu!

O ideal seria haver um hemocentro no HMVSB e, enquanto isto não ocorre, iniciar o serviço de coleta móvel como já é prestado pelo HEMORIO através de um ônibus que vai até universidades, igrejas associações, postos de saúde, praças nas cidades, etc.



Primeiramente, seria feita a sensibilização da comunidade com a distribuição de material informativo e educativo. Cartazes e um carro de som convocariam os moradores para doarem sangue no dia previsto para a passagem do veículo. Não só a Prefeitura deve ajudar, mas as lideranças comunitárias e pessoas conscientes da sociedade podem se envolver.

Segundo consta no site do HEMORIO, estes seriam os requisitos para poder se realizar uma coleta externa, isto é fora de um  hemocentro:

* População alvo pertencente à Instituição/Empresa interessada: acima de 500 pessoas;
* A atividade de coleta externa não deverá ocorrer simultaneamente com outros eventos tais como: emissão de documentos, atendimento médico/ odontológico, etc;
* Área física totalizando cerca de 80 m2 (espaço único ou duplo), coberta, com ar condicionado e/ou ventiladores . É importante enfatizar a inviabilidade caso o acesso seja através de escadas e rampas;
* No dia da realização do evento, o local destinado para tal, deverá estar limpo e totalmente livre de quaisquer móveis e/ou objetos, exceto, mesas e cadeiras, conforme o combinado;
* Acesso prévio para estacionar o ônibus da coleta, aonde seja facilitado a retirada do material, assim como também o seu retorno. O ônibus da coleta poderá ou não permanecer estacionado no local do evento;
* Ajuda de dois homens no desembarque do material no momento da chegada, bem como no seu reembarque ao término de atividades;
* Quando possível, o anfitrião oferecerá o almoço à equipe (14 pessoas);

Ainda que a população mangaratibense possa o apoio do HEMORIO, tendo em vista que se trata de um serviço prestado pelo governo estadual, nada impede que a Prefeitura ou mesmo todos os municípios dependentes do Hemonúcleo Costa Verde (Mangaratiba, Angra dos Reis, Paraty e Rio Claro) se consorciem para alcançarem um objetivo comum e que é interesse de todos nós.

Fica aí a minha sugestão.

2 comentários:

  1. Rodrigo, achei sensacional a sua sugestão. Conheço várias pessoas que gostariam de doar sangue, mas não o fazem pelas dificuldades de locomoção até o Rio ou até Angra. Essa questão é importante, pois Mangaratiba tem uma rodovia onde ocorrem muitos acidentes e o hospital pode ficar desguarnecido em uma ocorrência mais grave. Penso que seria importante fazer uma parceria mais efetiva com o Hemonúcleo ou com esse ônibus do Hemocentro.

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    1. Bom dia, Nina.

      O que você colocou reforça mais ainda a necessidade de termos o nosso próprio estoque de sangue. Mas, enquanto isto não acontece, penso ser fundamental que, na parceria já existente com o Hemonúcleo de Angra dos Reis, tenhamos um meio de fazer a coleta externa.

      Atualmente, para que pessoas possam ir até Angra, só quando elas estiverem passeando por lá e encontrem um tempinho livre. Ou então, quando uma empresa ou instituição pública resolve enviar seus funcionários ao hemocentro como muitas das vezes fazem os militares, por exemplo. Obter voluntários no varejo é bem difícil e aí muitos hospitais se aproveitam da dor daqueles que estão com seus entes queridos internados precisando receber bolsas de sangue e criam mais tensões ainda para as famílias ao condicionarem as transfusões à comprovação de que um número X de doadores se apresentaram em favor de um determinado paciente. Aí só quem tem um pouco de esclarecimento sabe que tal imposição, além de ilegal, é mentirosa.

      Sempre achei isso um tremendo absurdo, mas a verdade é que, se falta sangue nos hemocentros, como atenderemos a uma grande demanda? Recordo que, quando eu morava em Nova Friburgo e teve aquela catástrofe de janeiro de 2011, o hemocentro de lá, situado no Hospital Municipal Raul Sertã, foi inundado pelas águas do rio Bengalas. A cidade precisou de sangue do HEMORIO que chegou a enviar seu ônibus para a Região Serrana. Mesmo assim, aquilo serviu mais de demonstração para as redes de TV mostrarem a presença do governo estadual e as doações vieram mesmo do Rio de Janeiro. Afinal, as chuvas deixaram um rastro de mais de mil mortos em toda a Região Serrana e outros milhares de pessoas hospitalizadas já que uma unidade privada tinha sido atingida por uma pedra que havia rolado na RJ-130 que liga Friburgo a Teresópolis.

      Deus nos livre e guarde, mas será que Mangaratiba está preparada para enfrentar uma dessas tragédias climáticas que costumam ocorrer no período chuvoso de verão? Além dos acidentes de trânsito na BR-101, que são eventos previsíveis devido às estatísticas anuais (esta semana mesmo teve colisão de veículos perto da entrada de Muriqui), os hemocentros precisam contar sempre com uma quantidade a mais do material em seus estoques.

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